domingo, 22 de maio de 2011

Erik Erikson e a Teoria do Desenvolvimento Psicossocial

Considerado o primeiro psicanalista infantil americano, Erik Erikson tornou-se psicanalista após trabalhar com Anna Freud, porém em seus estudos não focou no id e nas motivações inconscientes como os demais psicanalistas, mas nas crises do ego e no problema da identidade.
A teoria Eriksoniana do desenvolvimento humano é dividida em oito fases (estágios psicossociais), nas quais o ego passa por crises que servem para fortificá-lo ou fragilizá-lo, dependendo do desfecho (positivo ou negativo).


1. Confiança x Desconfiança
Esta fase é análoga à fase oral da Teoria de Freud. Nela o bebê mantém seu primeiro contato social com seus provedores, geralmente a mãe. Para ele, a mãe é um ser supremo, mágico, aquele que fornece tudo o que ele necessita para estar bem. Quando a mãe falta, o bebê experimenta o sentimento de esperança. Ele começa a esperar que sua mãe volte e, quando isso ocorre com freqüência, há o desfecho positivo e a Confiança Básica é desenvolvida. Do contrário, se a mãe não retorna ou demora a fazê-lo, o bebê perde a esperança. É o desfecho negativo e o que se desenvolve é Desconfiança Básica.

2. Autonomia x Vergonha e Dúvida
Com o controle de seus músculos a criança inicia a atividade exploratória do seu meio. É neste momento que os pais surgem para ajudar a limitar essa exploração. Há coisas que a criança não deve fazer. Então os pais se utilizam de meios para ensinar a criança a respeitar certas regras sociais. Esta crise culminará na estruturação da autonomia e pode ser comparada à fase anal freudiana.
Os pais fazem uso da vergonha e do encorajamento para dar o nível certo de autonomia à criança, enquanto aprende as regras sociais. O sentimento que se desenvolve nesta etapa é a vontade. À medida que suas capacidades físicas e intelectuais se desenvolvem ajudando-a na atividade exploratória, a criança tende a ter vontade de conhecer e explorar ainda mais.

3. Iniciativa x Culpa
Comparada à fase fálica freudiana, neste período é somada a iniciativa. Esta se manifesta quando a criança deseja alcançar uma meta e, planejando sua ação, utiliza-se de suas habilidades motoras e intelectuais para tal. A iniciativa surge para atingir metas que, muitas vezes, tornam-se fixação. Na Teoria de Freud a principal fixação ocorre neste período - o Complexo de Édipo. Para Erikson, assim como para Freud, as metas elaboradas são impossíveis. Então toda a energia despendida em busca de algo socialmente inalcançável é revertida para outras atividades. É nesse período que as crianças ampliam seus contatos, fazem mais amigos, aprendem a ler e escrever... fruto da energia proveniente da iniciativa. O senso de responsabilidade também pode ser desenvolvido durante esta terceira crise do ego. Nela, a criança sente a necessidade de realizar tarefas e cumprir papéis.

4. Diligência X Inferioridade
Quando a criança se torna confiante, autônoma e desenvolve a iniciativa para objetivos imediatos, passa à nova fase do desenvolvimento psicossocial – aquela que na Teoria Freudiana (fase de latência) teve menos destaque – onde a criança aprende mais sobre as normas sociais e o que os adultos valorizam. Aqui, tarefas realizadas de maneira satisfatória remetem à idéia de perseverança, recompensa a longo prazo e competência no trabalho. O ego está sensível, uma vez que se falhas ocorrerem ou se o grau de exigência for alto, ele voltar a níveis anteriores de desenvolvimento, implantando o sentimento de inferioridade na criança. Surge o interesse pelas profissões e a criança começa a imitar papéis numa perspectiva imatura, mas em evolução, de futuro.

5. Identidade x Confusão de Identidade
A adolescência é o período no qual surge a confusão de identidade. O adolescente se influencia facilmente pelas opiniões alheias, isso faz com que ele assuma posições variadas em intervalos de tempo muito curtos. Este estágio pode fazer o ego regredir como forma de fuga ao enfrentamento desta crise. Lealdade e fidelidade consigo mesmo são características do desfecho positivo desta etapa. Estes sentimentos sinalizam para a estabilização de seus propósitos e para o senso de identidade contínua.

6. Intimidade x Isolamento
A identidade está estabilizada, o ego fortalecido e o indivíduo agora aprenderá a conviver com outro ego. As uniões, casamentos, surgem nesta fase. Se as crises anteriores não tiveram desfechos positivos,a pessoa tende ao isolamento como forma de preservar seu ego frágil. O isolamento pode ocorrer por períodos curtos ou longos (negativos). Erikson definiu o elitismo também como desfecho negativo desta fase. O elitismo consiste numa espécie de narcisismo comunal, ou seja, a formação de grupos fechados de pessoas com egos semelhantes, caracterizando a incapacidade de conviver com outros egos e, portanto, não superando esta crise.




7. Generatividade x Estagnação
Caracteriza-se pela necessidade que o indivíduo tem de gerar. Gerar qualquer coisa que o faça sentir produtor e mantenedor de algo. Pode ser filhos, negócios, pesquisas etc. O sentimento oposto é o da estagnação. Quando a pessoa olha para sua vida e vê tudo o que produziu, sente a necessidade de ensinar tudo o que sabe e tudo o que viveu e aprendeu, com outras pessoas. Se existe a oportunidade deste compartilhamento, o indivíduo sente que deixou algo de si nos outros e o desfecho é positivo. Por outro lado, o não-compartilhamento de suas "gerações" com os outros gera o que Erikson chamou de estagnação, o que pode ser considerado um desfecho negativo.

8. Integridade x Desespero
A Teoria Eriksoniana define esta fase como a final do ciclo psicossocial, com duas possibilidades: 1) desfecho positivo – o indivíduo procura estruturar seu tempo e se utilizar das experiências vividas em prol de viver bem seus últimos anos de vida; ou 2) desfecho negativo – estagnar diante do terrível fim, quando as carícias desaparecem e a pessoa entra em desespero.


Fonte: A Teoria Do Desenvolvimento Psicossocial De Erik Erikson
Publicado 15/08/2008 por José Robério de Sousa Almeida.
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