terça-feira, 29 de março de 2011

Ciência e Senso Comum


Durante a vida cotidiana vamos adquirindo várias aprendizagens, por via do hábito e da tradição, que passam de geração para geração. Assim, aprendemos comportamentos, valores éticos e morais, bem como a agir e nos relacionar com as pessoas e o meio à nossa volta.
Na vida cotidiana, as teorias científicas são simplificadas, quer seja para viabilizar seu uso no dia-a-dia, quer seja pela interpretação sempre singular dos fatos vividos, que muitas vezes parecem contradizer as considerações feitas pela ciência. É justamente o conhecimento que vamos acumulando no nosso dia-a-dia que é chamado de senso comum. O senso comum mistura e recicla saberes muito mais especializados e os reduz a um tipo de teoria simplificada, produzindo uma determinada visão-de-mundo. Assim, “o senso comum é este saber empírico e imediato que adquirimos espontaneamente sem nenhuma procura sistemática ou metódica e sem qualquer estudo ou reflexão prévia”¹
           Já o pensamento científico difere do senso comum, conhecimento subjetivo ou empírico, baseado em hábitos, em tradições e superstições. A atitude científica se propõe a explicar de maneira mais profunda problemas e dúvidas onde, aparentemente, enxergamos coisas e fatos. Por meio de atividades técnicas, intelectuais e experimentais, a investigação científica busca a compreensão dos fenômenos da realidade, afastando-a de mitos e dogmas
           A ciência permite o afastamento da realidade para compreendê-la melhor, transformando-a em objeto de investigação - o que permite a construção do conhecimento científico sobre o real. A ciência é composta de um conjunto de conhecimentos sobre fatos ou aspectos da realidade (objeto de estudo), expresso por meio de uma linguagem precisa e rigorosa. A ciência tem ainda uma característica marcante do pensamento positivista desenvolvida do século XIX: ela aspira à objetividade. Suas conclusões devem ser passíveis de verificação e isentas de emoção isto é, busca-se atingir a neutralidade, para, assim, tornarem-se válidas para todos, ou seja, poderem ser generalizadas em todas as situações. . Em outras palavras, podemos definir ciência como a explicação racional da realidade, baseada em métodos sistemáticos de pesquisa.
Então, pode-se dizer que o senso comum e a ciência são coisas distintas, mas que se completam. A partir de problemas do cotidiano das pessoas, surge a necessidade de pesquisar, de aprofundar interpretações dos achados e propor soluções para superar as dificuldades enfrentadas pela população. A ciência existe para esclarecer aspectos problemáticos do senso comum, fornecer respaldo aos questionamentos e fundamentar cada conhecimento produzido em resposta às demandas, sendo esta um conhecimento em constante mutação, dinámica.


¹ Introdução à Filosofia. Marcello Fernandes; Nazaré Barros.

Outras escolas

O gestaltismo dedica-se ao estudo da forma, em outras palavras, ao estudo dos processos de percepção do ser humano perante o todo. A corrente defende que o todo é maior que uma das partes (como trabalhamos o quebra-cabeças na aula prática) e, assim sendo, os fenômenos psíquicos só podem ser compreendidos se forem vistos como um todo e não através da divisão em simples elementos perceptuais.

A perspectiva comportamentalista ou o behavorismo, desevolvida por Watson, pretende explicar o comportamento resultante de determinados estímulos. Acredita que os comportamentos dos indivíduos são influenciados por estímulos do meio ambiente. Partindo de testes com animais, essa escola desenvolveu o princípio do condicionamento.

O vídeo a seguir mostra um experimento de Watson com um bebê.

quarta-feira, 23 de março de 2011

A psicologia possui um longo passado, mas uma curta história

A psicologia tem íntima relação com a filosofia. O pensar sobre a existência humana e também sobre aquilo que não é palpável - a alma, o desconhecido, o próprio pensamento humano - é parte da história da humanidade. Mas foi no final do século XIX que a psicologia separou-se da filosofia para buscar um conhecimento objetivo e tornar-se uma ciência, no modelo empirista que predominava na época. Foi definida, portanto, como a ciência que estuda o comportamento e os processos mentais dos indivíduos.

Em 1879, na Alemanha, foi fundado o primeiro laboratório de psicologia. Com a intenção de cientificizá-la, Wundt definiu a consciência como objeto, como o princípio do pensamento, tal como a física dedica-se ao estudo dos átomos como a menor partícula da natureza. Sua corrente é denominada estruturalismo, a qual defende que as reações da consciência frente a estímulos estruturam-se nas operações mentais mais complexas, em sensações e sentimentos, usando a instropecção como método.

A escola do funcionalismo desenvolvida por James, para além de descrever a estrutura da mente, preocupava-se com a função dos processos mentais, pois acreditava que a mente consciente estava em constante interação com o meio ambiente, resultando em emoções, valores e experiências que constituem o ser humano.